Sobre as ultimas postagens.

Me obriguei e refletir sobre a tal da Invasão de Privacidade.
Tenho este blog, perfis no Orkut, Facebook,Twitter e Gtalk.
E aí nessas páginas, abertas ao mundo, eu compartilho as coisas que penso, que faço, minhas vontades, minhas angustias, alegrias, tristezas, saudades, enfim. Compartilho aquilo que quero compartilhar. Ponto!
Penso estar mandando os sinais direitinho. Tudo o que eu quero dizer está claro!
Nem sempre. Os sinais estão claros pra mim. Estarão para os outros?
Nos últimos textos que postei aqui, já havia um início de reflexão sobre isso.
Falei de meus pecados, e do entendimento dúbio de frases postadas por mim nas tais páginas de sites de relacionamentos. E por fim abri o questionamento sobre limites. Onde está o limite?
Eu bisbilhoto a vida alheia nessas páginas? Sim. Bisbilhoto.
Olho fotos, postagens, comentários, vou ver quem é quem? Sim....Cometo tudo isso.
Parto do princípio de que se está lá, posso ver.
E aí entra outro ponto: posso tecer comentários, fazer piadinhas, deixar recados estranhos ( daqueles que dão margens a "N" interpretações)? Posso! Ta lá. É permitido. Porque não?
O fato é que eu bisbilhoto sim, mas não deixo comentários ou piadas ou qualquer outra coisa que possa ser interpretada como algo inoportuno, inconveniente, inadequado ou invasivo.
Meu mural no Facebook é aberto. Qualquer pessoa pode comentar ou postar o que quiser lá. Eu me reservo o direito de tirar o que julgar que seja inconveniente ou inadequado.
Já aconteceu de alguém postar algo lá e eu retirei sem problema algum . Quem postou me questionou e me taxou de falsa moralista. Nem liguei. Tirei e pronto.
Há uns 15 ou 20 dias, não me lembro muito bem, uma pessoa, colega de trabalho, me chamou e, afirmando que eu era aberta a certas coisas, mostrando a sigla LBGT no site da UOL ( taí, foi na semana da Parada Gay), perguntou : o que isso?
Respondi que era a sigla para Lésbicas, Bissexuais, Gays, Travestis e Transexuais.
A pessoa, com um risinho irônico na cara e algo mordaz na fala, continuou: "me conte aí. Como é que é isso. Eu sei que voce gosta de meninos e meninas, porque voce já postou isso. Então me conte."
Fiquei a olhar para aquele rosto sem entender direito o que estava acontecendo. Mas respondi: Gosto sim. De meninos, de meninas, de cachorro, de passarinho...Mas, voce quer sabe é se sou lésbica? Se for isso, não. Não sou.
Daí, perguntei se era só aquilo e voltei pra minha sala bastante incomodada.
Antes que eu chegasse em minha mesa, recebi um torpedo com a seguinte mensagem (sim...da mesma pessoa) :" Você mente. Mas é melhor assim. Não falaremos mais disso."
Oi?
O incômodo quadriplicou. Como assim? Eu minto? Com que fundamento alguém diz isso de outra pessoa?
Mas o que me incomodou de fato foi saber que eu, de alguma forma, permiti que aquela pessoa me fizesse uma pergunta sobre minha intimidade, que eu jamais fiz a quem quer que seja.
Falei disso com algumas pessoas e, claro, essas pessoas, assim como eu, teceram teses sobre a referida conduta daquela pessoa.
Continuo incomodada.Como disse lá no inicio, mando os sinais e eles, pra mim, são claros. Eu não faço perguntas de cunho íntimo e não quero que me façam.
Volto às redes sociais.
Eu entro em páginas de pessoas que eu conheço tanto quanto entro em páginas de pessoas que eu não conheço.
Olho, leio, dou risada, penso, reflito, mas nunca, nunca deixo comentários que possam gerar entendimento dúbio. Seja em páginas de pessoas conhecidas ou não.
Sei que tem gente que, ao contrario, gosta de deixar recadinhos comprometedores. Mostrar intimidade. Ou piadas jocosas.
Peguei isto aqui em um mural e li, reli e me cobrei se faço isso.
Porque é doentio. Já tive pessoas que fizeram contato comigo só com o intuito de procurar saber de terceira pessoa. Ok. Mas perseguir assim é perigoso.
Voltei ao meu velho Aurélio, Edição de 1980, para rever a definição de virtual e ei-la: Virtual. [ Do Lat. Escolástico virtuale.] AdJ. 2 g. 1. Que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual. 2. Suscetível de se realizar; potencial. 3. Filos. Diz-se do que está predeterminado e contém todas as condições essenciais à sua realização. [Opõe-se a potencial e atual.].
Fui ao Wikipedia também e encontrei isso, que vem a ser a definição atualizada de Virtual.
Em ambas há o conceito de algo não palpável.
Mas algumas pessoas ao entrarem no mundo virtual, se perdem, se atrapalham, se confundem e começam a agir no mundo real e na vida alheia sem nenhum tipo de constrangimento. Agem de forma inconsequente. Irresponsável.
Em geral trazem problemas aos outros e continuam a viver num mundinho pequenino como uma casca de nóz, embora insertas no universo que é a rede mundial.
Haja estrago!
Ah sim....O que eu disse sobre meninos e meninas foi isso aqui.