25 de junho de 2012

AQUI, RETRATO FALADO DO AGORA (1973)

Que há "alguma coisa", há.
Um " não sei quê".
Um sintoma de vazio.
Uma insatisfação que não explode de medo.
Medo de algo indefinido.
Não se pode precisar se é só aqui ou em todas as partes, mas, que há "alguma coisa", há.
Uma desesperança.
Uma desestima.
Um encanto desencanto.
Uma vontade de parar e nunca mais se mexer.
Uma vontade de se mexer até cair parado.
Uma ânsia de escutar as respostas do que não se pergunta.
Uma angustia de não se saber a quem perguntar.
Talvez você não entenda, mas, você sente.
Sente no peito, na cabeça, nas mãos, nos cabelos, nos bolsos.
Que há "alguma coisa", há.
Vaga, indefinível, impalpável, preenchendo tudo.
Envolvendo tudo.
Nos fazendo nada.
(H.R.)

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